Sejam bem vindos ao blog da Fonoaudióloga Daniella Caropreso


Quero fazer deste espaço um lugar para trocarmos experiências, tirarmos dúvidas e fazer a comunicação chegar em locais jamais existidos.
Como fonoaudióloga esta é a minha intenção, fazer o conhecimento circular e antingir o maior número de pessoas possível.
Conto com voçês!!!

Entrem e deixem seus recados.



terça-feira, 21 de outubro de 2008

Gagueira e Ansiedade

Estudo desmistifica crença de que ansiedade é a causa da gagueira infantil

Uma pesquisa da Universidade de Canterbury, Nova Zelândia, está desafiando a antiga noção de que a gagueira em crianças estaria ligada à ansiedade.
Bianca Phaal (foto à direita), mestranda do Departamento de Distúrbios da Comunicação da Universidade, acabou de concluir um estudo que investigou os níveis de ansiedade em um grupo de crianças de 3 e 4 anos de idade que estavam na fase inicial de manifestação do distúrbio, comparando-as com um grupo controle formado por crianças sem gagueira.
Ela examinou o nível de ansiedade das crianças por meio da coleta de amostras de saliva de cada uma delas para a medição da concentração de uma substância chamada cortisol. O cortisol, também conhecido como hormônio do estresse, é uma substância liberada durante períodos de ansiedade elevada. Ele pode ser medido na saliva embebida em um fio dental adsorvente. Bianca também conduziu testes para medir o grau de temor das crianças diante de situações de comunicação e levantou dados com os pais, pedindo a eles para classificar os níveis de ansiedade de sua criança em diferentes situações.
Trabalhando em conjunto com o bioquímico Dr. John Lewis, Bianca não encontrou qualquer indício de níveis mais altos de ansiedade em crianças que gaguejam quando comparadas a crianças de fala normal.
"Não houve qualquer diferença significativa entre as crianças que gaguejam e aquelas que não gaguejam, seja quanto aos níveis de ansiedade, seja quanto ao grau de temor da criança diante de situações de comunicação, nem houve também qualquer relação entre a severidade da gagueira e a ansiedade", disse Bianca.
"Os resultados deste estudo sugerem que a ansiedade generalizada e o temor diante de situações de comunicação não estão associados com a gagueira infantil; portanto, é improvável que a ansiedade seja uma causa fundamental da gagueira", afirmou Bianca.
"Contudo, caso a gagueira infantil persista, as experiências negativas em situações de fala podem levar ao desenvolvimento do temor em se comunicar e, talvez, ansiedade generalizada. Desse modo, a intervenção precoce na gagueira pode ser crucial para prevenir este desenvolvimento".
O professor Mike Robb, do Departamento de Distúrbios da Comunicação, disse que a descoberta feita pelo estudo foi importante para ajudar a entender melhor esta condição que afeta cerca de 1% da população da Nova Zelândia e de todo o mundo.
"Há um longo histórico de pesquisas sobre gagueira e sua relação com a ansiedade, com alguns teóricos acreditando que a ansiedade seja a ‘causa’ da gagueira e outros defendendo que a ansiedade é um mero ‘resultado’ da gagueira. Em todos os casos, as pessoas acreditam que a ansiedade é um aspecto central na gagueira", comentou Prof. Robb.
"Neste caso, aceitar a invalidação de uma das hipóteses tem importantes implicações clínicas e teóricas relacionadas à etiologia da gagueira. Até onde sei, este estudo é o primeiro de seu gênero a examinar quantitativamente o papel da ansiedade em crianças que estão na fase de desenvolvimento deste importante distúrbio de comunicação".
"Bianca também demonstrou com seu estudo como a bioquímica pode ter um papel nas pesquisas relacionadas às desordens de comunicação", disse o Prof. Robb.
Link para o original: Study discredits anxiety as cause of childhood stuttering Data: 13 de fevereiro de 2008 Tradução: Hugo Silva. Revisão: Sandra Merlo.

Fonte: Instituto Brasileiro de Fluência - IBF
www.gagueira.org.br

sábado, 11 de outubro de 2008


Teste da Orelhinha é Lei em São Paulo

Mães descobrem tardiamente os problemas auditivos de seus filhos

Tarde demais.

Era assim que muitas mães descobriam que seus filhos tinham problemas auditivos. Mas essa realidade agora pode ser diferente. Desde janeiro de 2007 é Lei que todos os hospitais e maternidades do Estado de São Paulo realizem o chamado “teste da orelhinha”, exame que pode ser feito por fonoaudiólogos e tem por objetivo detectar problemas de audição o quanto antes.

A importância do teste é inegável: de acordo com o último censo realizado pelo IBGE, 5,7 milhões de brasileiros possuem algum grau de deficiência auditiva. E os números para os pequenos também são preocupantes. Três em cada mil crianças brasileiras apresentam perda de audição no nascimento.

A Lei Estadual assegura como direito o que muitos pais e mães não faziam nem idéia: é possível verificar se o recém-nascido tem a audição perfeita. A Lei ainda precisa ser regulamentada pelo Poder Executivo, mas, independentemente disso, ela já está em vigência e com força de Lei.

A Lei ainda é recente e pouco difundida. Mesmo assim, ela fará toda a diferença, já que a perda auditiva é um dos graves problemas que podem ser detectados ainda dentro da maternidade.

Simples e indolor, o teste da orelhinha deve ser feito enquanto o bebê dorme, para que o choro não interfira na análise. Um pequeno fone é inserido no ouvido da criança e emite sons de fraca intensidade, que permitem observar se a cóclea (estrutura do ouvido que identifica o som) registra o som.

É fundamental que o teste seja realizado logo na maternidade, já que existe o risco da criança chegar à idade escolar sem que a surdez tenha sido diagnosticada. Muitas vezes os pais acabam por não perceber alguns sintomas, principalmente em recém-nascidos, em que a falta de reações a alguns barulhos não é percebida.

Quanto antes algum problema for detectado, melhor será o desenvolvimento da linguagem e a integração social. A perda auditiva pode ocasionar problemas emocionais, de aprendizagem, além de distúrbios escolares, falta de atenção e concentração, inquietação e dificuldades de socialização.

A realização do teste deve ser acompanhada pelo diagnóstico, seleção de  prótese auditiva  e tratamento fonoaudiológico de qualidade.

A Lei nº 12.522, de 02 de janeiro de 2007, é de autoria do deputado Jonas Donizette.

Fonte: Puente – Agência de Comunicação

Conselho Regional de Fonoaudiologia - Segunda Região

RESPONDA ESTE TESTE


LEIA E RESPONDA AS QUESTÕES ABAIXO (SIM OU NÃO) PARA SABER SE VOCÊ E/OU SEU FILHO (A) É UM POSSÍVEL RESPIRADOR BUCAL:


  • Foi amamentado no seio por período muito curto?
  • Usou chupeta e/ou mamadeira acima de 24 meses?
  • Mastiga de boca aberta?
  • Ronca?
  • Baba quando dorme?
  • Tem/teve dificuldade de pronunciar sons ou palavras após os 4 anos?
  • Sua voz é rouca?
  • Tem crises freqüentes de garganta, ouvido ou nariz?
  • Tem os dentes mal posicionados?
  • Tem o palato (“céu da boca”) muito estreito ou profundo?
  • Está fora do peso? Tem queixo para trás, tem “papada”?
  • Tem tórax estreito ou “peito de pombo”?
  • Tem olheiras?
  • Tem problemas de coluna?
  • É muito agitado, desatento ou irritado?
  • Tem fôlego curto?
  • É sonolento?

Se você respondeu SIM a mais de 5 perguntas, procure um atendimento especializado com um profissional dedicado à respiração bucal.

São eles: Fonoaudiólogo, Cirurgião Dentista (Odontopediatra, Ortopedista Funcional dos Maxilares,Ortodontista),Médico(Pediatra,Alergologista,Pneumologista,Otorrinolaringologista, Neuropediatra), Fisioterapeuta, Nutricionistae Psicólogo.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008


Sono e Qualidade de Vida sob o Aspecto Fonoaudiológico

O que o sono tem a ver com a qualidade de vida? Muitos fazem esta indagação.
Estudos sobre os distúrbios respiratórios do sono, ronco e apnéia do sono têm-se tornado imperativo nos dias atuais, uma vez que esses problemas estão se tornando cada vez mais comuns na população e suas conseqüências prejudicando a qualidade de vida do indivíduo.
Se pensarmos que a respiração é um processo vital para o bom funcionamento do organismo, pois fornece oxigênio necessário às células de todo o corpo para que ele realize os processos metabólicos que resultam em energia, imaginemos algum distúrbio que quebre este processo.
A respiração influencia diretamente na qualidade de vida do homem e se esta não ocorre adequadamente, podem surgir alterações orgânicas e funcionais no organismo que modificam o estilo de vida do indivíduo.

Burger, Caixeta e Di Ninno (2004), realizaram uma pesquisa com o objetivo de analisar a relação da apnéia do sono, ronco e respiração oral em indivíduos adultos, onde aplicaram um questionário em 45 pacientes adultos, de ambos os sexos, com perguntas sobre o modo de respiração. Dos 45 indivíduos, 76% relataram serem respiradores orais ou mistos. Desses, 77% apresentaram índice de apnéia/hipopnéia alterado, enquanto que dentre os respiradores nasais, apenas 18% possuíam alterações.
Problemas mecânicos e funcionais na passagem do ar pelas vias aéreas superiores desencadeiam mudanças no processo respiratório, como por exemplo, a diminuição da captação de oxigênio e a baixa oxigenação cerebral. Estes por sua vez propiciam alterações corporais e psicológicas que se iniciam na infância (ARAGÃO, 1988; SÁ FILHO, 1994).
Sob o aspecto da fonoaudiologia, quero com este artigo, demonstrar a importância do aleitamento materno para a manutenção do padrão respiratório nasal.
Carvalho (2003) relata que as crianças respiradoras orais apresentaram um menor período de aleitamento materno e um histórico de hábitos orais presentes comparados às crianças respiradoras nasais. Hábitos deletérios são aqueles onde a criança busca na chupeta, dedo e mamadeira, suprir a sucção natural, realizada no momento da “ordenha” do peito materno.
Trawitzki; Anselmo-Lima; Melchior; Grechi e Valera (2005) consideram o leite materno o melhor alimento para o recém-nascido e destacaram a importância da amamentação exclusiva nos seis primeiros meses de vida. Enfatizam os benefícios nutricionais, imunológicos e emocionais, o qual promove a saúde do sistema estomatognático (Funções de sucção, deglutição, mastigação, respiração e fala), propicia o correto estabelecimento da respiração nasal e o desenvolvimento normal de todo o complexo craniofacial.
Vieira, Almeida, Silva e Cabral (2204) relatam que a ausência do aleitamento materno está associada à intolerância ao leite de vaca e a riscos de contrair doenças como infecções respiratórias e diarréicas. No estudo de Engel et al. com 250 crianças de zero a dois anos de idade, a amamentação foi significativamente associada com a prevalência de otite média, sugerindo que a amamentação prolongada previne tal patologia.
Neiva, Cattoni, Ramos e Isler (2003) enfatizam que o desmame precoce e a introdução de aleitamento não-materno e/ou outros alimentos "substitutivos", favorece a instalação de hábitos orais deletérios de sucção, como a sucção digital e/ou chupeta e hábitos de mordida, como o bruxismo, briquismo, morder objetos, lábios e onicofagia.
A presença de hábitos orais deletérios pode comprometer o equilíbrio da neuromusculatura orofacial, o crescimento craniofacial e propiciar alterações oclusais dependendo do período, da intensidade e da freqüência do hábito. Pode-se observar na literatura o interesse pelas relações entre forma de aleitamento, desenvolvimento de hábitos orais deletérios, da oclusão dentária e das funções orofaciais. Alguns autores relacionam, ainda, os hábitos orais com o padrão respiratório, principalmente os hábitos de mordida, entre eles o bruxismo.
A criança que mama no peito, vai se cansar, gastar energia, irá transpirar e terá, principalmente, a satisfação de estar junto da mãe. Não satisfeitas todas essas necessidades ela terá, muitas vezes, que continuar a sua sucção, gerando assim os hábitos bucais.Um dos hábitos mais freqüentes e que em geral nem é considerado um hábito é a própria mamadeira. A criança que mama na mamadeira não precisa exercer muita pressão para sugar (mesmo quando o furo do bico é pequeno), por isso pode mamar com a boca semi aberta, o que faz com que ela perca o selamento labial, podendo trazer como conseqüência a respiração bucal.

Causas para a Respiração Oral:

1) Causas Obstrutivas: Rinites, Hipertrofia de cornetos, trauma nasal, desvio de septo, hipertrofia adenoamigdaliana, malformações nasais, polipose nasal, tumores da cavidade nasal e rinofaringe, hipertrofia de tonsilas palatinas e tonsilas faríngeas.
2) Causas Não Obstrutivas: Hábito, Malformações Craniofaciais.

Características do Respirador Oral:
Queixas:
  • Falta de ar ou insuficiência respiratória
  • Cansaço rápido nas atividades físicas
  • Dor nas costas ou musculatura do pescoço
  • Diminuição do olfato e/ou paladar
  • Halitose
  • Boca seca
  • Acordar muito durante a noite engasgado
  • Dormir mal
  • Sono durante o dia
  • Olheiras
  • Espirrar saliva ao falar
  • Dificuldades em realizar exercícios físicos
Alterações encontradas em Respiradores Orais:
  • Alterações Crânio-Faciais e Dentárias
  • Alterações dos Órgãos FonoarticulatóriosAlterações Corporais
  • Alterações das Funções Orais

Outras Alterações Possíveis:
  • Sinusites freqüentes, otites de repetição
  • Aumento das amigdalas faríngea e palatinas
  • Halitose e diminuição da percepação do paladar e olfato
  • Maior incidência de cáries
  • Alteração do sono, ronco, apnéia, baba noturna, insônia, expressão facial vaga;
  • Redução do apetite, alterações gástricas, sede constante, engasgos, palidez, inapetência, perda de peso com menor desenvolvimento físico ou obesidade;
  • Menor rendimento físico, incoordenação global com cansaço freqüente;
  • Agitação, ansiedade, impaciência, impulsividade e desânimo
  • Dificuldades de atenção e concentração, gerando dificuldades escolares.
Tratamento Multidisciplinar

O tratamento é multidisciplinar, incluindo o Otorrinolaringologista, Fonoaudiólogo, Fisioterapeuta, Psicólogo, Endocrinologista, Educador Físico e Dentista, pois as alterações e queixas abrangem todas as áreas.
O objetivo da classificação das queixas e alterações mais encontradas no respirador oral, é facilitar o diagnóstico e torná-lo mais preciso. O otorrinolaringologista irá diagnosticar a causa e prescrever o melhor tratamento; o ortodontista fará as correções dentárias necessárias, interceptando ou corrigindo a má-oclusão ou redirecionando o crescimento crânio-facial; o fisioterapeuta atuará com as alterações posturais; o fonoaudiólogo reeducará as funções alteradas assim como irá garantir através do treino e conscentização, o uso e a importância da respiração nasal; o endocrinologista tratará as causas da obesidade e o educador físico trabalhará na atividade física e manutenção do bom condicionamento físico.
É fundamental que todos os que trabalham com o “Respirador Oral” conheçam o que cada profissional das outras áreas pode fazer pelo paciente e que o tratamento multidisciplinar pode atingir de forma mais ampla as alterações encontradas neste tipo de paciente. Desta forma há menos recidivas e os encaminhamentos mais direcionados.

Tratamento Fonoaudiológico

  • Conscientização do problema
  • Mostrar a forma e função existentes
  • Adequar a função respiratória próxima da normalidade
  • Melhorar a postura corporal
  • Trabalhar tônus e postura de lábios e língua
  • Adequar mastigação, deglutição e fala quando necessário.

Conclusão

O tratamento do respirador oral deve ser focado na orientação e prevenção, pois iremos atuar na causalidade, impedindo grandes problemas futuros, diagnósticos precoces aos pacientes já portadores de respiração oral. Devemos ter em mente que os distúrbios do sono, dentre eles a Síndrome da Apnéia Obstrutiva do Sono (SAOS) é uma doença crônica, progressiva, incapacitante, com alta mortalidade e morbidade cardiovascular.
Como profissionais da saúde é fundamental sabermos que uma alteração de sono pode ser o fator chave para descobrirmos um indivíduo que é respirador oral, que tenha distúrbios relacionados ao sono e com isso realizarmos um tratamento multi e interdisciplinar, buscando qualidade de vida a este paciente e à sua família.

Daniella Caropreso – CRFa 8977/SP

Comunicação - Vendas

O Vendedor: Um SER comunicador


O objeto da fonoaudiologia como ciência, é a comunicação; fator fundamental para o reconhecimento do homem e suas condições de vida social e profissional.
Conforme diz a definição no dicionário Aurélio, comunicar é tornar comum; fazer saber; pôr em contato ou relação; ligar, unir; dar passagem; estabelecer comunicação, conversação, convívio; transmitir-se, propagar-se; travar ou manter entendimento; entender-se.
A capacidade de comunicar-se preexiste nas mais diversas situações, sejam formais ou informais: palestras, vendas, entrevistas, reuniões, aulas, negociações, telemarketing, contatos sociais, treinamentos, discursos, júri, atendimentos clínicos, terapêuticos e em todos os momentos da vida em que o processo comunicativo eficiente é fundamental.
Inseridos num mundo profissional cada vez mais competitivo, a necessidade da comunicação eficaz é imprescindível. O aprimoramento do processo comunicativo é recomendado a todos que se interessam pelo desenvolvimento de sua comunicação pessoal e profissional, facilitando assim a formação do seu marketing pessoal.
Se voltarmos esse processo comunicativo ao ambiente de vendas, a necessidade da comunicação na relação “vendedor” como falante e do “cliente” como ouvinte ativo, vemos que o processo de pensamento e de cada ação da palavra que se dá nesse momento é o que direciona para o bom desenvolvimento da venda.
O pensamento em forma de palavras bem colocadas, no momento certo, com o argumento embasado no conhecimento do produto falado pelos dois interlocutores dá-se o magnífico cenário do sucesso da venda.
A venda em si passa a ser o espaço de comunicação, um mundo de idéias vinculadas, transmitidas e ouvidas.
Seguindo essa linha de raciocínio o profissional de vendas não dependerá exclusivamente de seus conhecimentos e aperfeiçoamentos técnicos, mas sim do processo de transmissão desses conhecimentos e da certeza do entendimento do ouvinte. Essa certeza dar-se á no momento em que o vendedor souber ter o “feeling” de perceber o que seu cliente quer e aproveitar todas as deixas que esse cliente passa através de sua postura corporal e de sua fala.
O vendedor dará sua cartada final ao dizer ao seu cliente o que ele quer ouvir como solução dos seus problemas. Agora, o vendedor conseguiu o queria: passar a credibilidade de sua pessoa ao seu cliente e realizar a venda.
A comunicação entre as pessoas sofrem também outros tipos de obstáculos como por exemplo:

Idéias preconcebidas
Recusa de informação contrária
Significados personalizados: gírias/jargões
Motivação e interesse
Credibilidade da fonte
Habilidade de comunicação
Clima organizacional
Falta de conhecimento
Erros de gramática e concordância verbal

Imaginem a dificuldade que enfrentamos quando dizemos alguma coisa!

Vou dar um exemplo de uma venda mal feita:

- Bom dia jovem, o SR. já conhece a nossa nova linha de produtos?
- (Claro que não), pensa o cliente
- Bom, se trata do mais novo lançamento, né!!! Então, posso te mostrar?

Esse é um tipo de abordagem errônea, onde o vendedor usa vícios de linguagem (Bom, jovem, né); palavras erradas do tipo, jovem e Sr., não condizem; novo lançamento (não há necessidade de usar palavras sinônimas), passa-se uma impressão ao cliente de ele está sendo abordado por mais um vendedor, com uma linguagem pronta.
Sugestão:

-Bom dia, tudo bem?
-Poderia apresentar-lhe a minha empresa?
-Sim
- A empresa atua no segmento de X a X anos no mercado....
(Passar credibilidade da empresa)

Entendendo esse mecanismo em nossa venda, podemos prever que uma boa comunicação transforma-se em confiança para o cliente, compromisso com seu produto, dedicação, futuros encaminhamentos, networking e tranqüilidade frente à nova negociação.
Como fonoaudióloga pude vivenciar no meu fazer clínico, as dificuldades da comunicação não eficaz, pois meu paciente nada mais é que meu cliente e que meu tratamento nada mais é que meu produto. Há na clínica também um cenário de venda.
A toda hora estamos “vendendo” uma idéia, um comportamento, um produto, uma promoção tão desejada.
A fonoaudiologia dá o respaldo e o apoio técnico para todas as pessoas que lidam com o público (seja ele qual for) auxiliando a perceber seu potencial e direcioná-lo da melhor forma possível para o real ato comunicador.
A verdadeira comunicação é gratificante tanto para quem fala quanto para quem ouve, pois com isso traz o tão almejado sucesso profissional e pessoal.

Fga. Daniella Caropreso
CRFa 8977/SP
08/2006

Respiração Bucal

RESPIRAÇÃO BUCAL - Como ela afeta nossos filhos e como identificar para poder tratar.

Dra. Lucia Coutinho Porto - Odontopediatra e Daniella Caropreso - Fonoaudióloga

O cirurgião-dentista é, muitas vezes, o primeiro profissional da Saúde a ter contato com o portador da síndrome da respiração bucal – ou da face longa - e por isso deve estar atento às suas características, encaminhando o paciente para um tratamento multidisciplinar envolvendo odontopediatra/ortodontista, fonoaudiólogo e otorrinolaringologista.
A respiração pelo nariz é o que chamamos de respiração fisiológica do ser humano, significando que é o natural, o correto para o bem estar do nosso corpo.
Desde muito cedo, aprendemos as principais funções do nariz: olfação (sentir cheiros), filtração, umidecimento e aquecimento do ar para que ele vá na temperatura ideal em direção aos nossos pulmões. Uma simples obstrução na passagem de ar é suficiente para que o indivíduo inicie a respiração bucal, onde a boca assume o papel do nariz tornando-se a única passagem de ar para continuar respirando e manter suas funções vitais.
A criança que recebe aleitamento natural e não mamadeiras com leite alternativo, sobretudo nos primeiros meses de vida, talvez tenham maiores possibilidades de ser um respirador predominantemente nasal durante a vida. Existe uma corrente de pesquisadores que acredita que o leite de vaca, utilizado como aleitamento alternativo, aumenta a gravidade e a freqüência de quadros alérgicos, contribuindo para a mudança de padrão respiratório da criança recém-nascida, o que é totalmente nasal. Existem diversos fatores que contribuem para o surgimento de uma respiração bucal que podem ser de natureza obstrutiva ou decorrente de maus hábitos.

O que são fatores de natureza obstrutiva?
· Hipertrofia de adenóides (aumento no tamanho das adenóides).
· Hipertrofia de amígdalas (aumento no tamanho das amígadalas).
· Desvio de septo, que pode ser provocado por traumas, acidentes domésticos ou durante o parto.
· Corpos estranhos (são objetos que a criança coloca no nariz, como caroços de feijão, arroz, bolinhas de gude, tampas de caneta, peças pequenas de brinquedos, etc...).
· Pólipos ou tumores que podem ser benignos ou malignos, trazendo obstrução nasal muitas vezes de um lado só da narina.

Estes fatores citados acima desencadeiam alterações secundárias como:
· Apnéia noturna
· Sinusites
· Rinites
· Otite Média Secretora (infecções frequentes no ouvido)
· Roncos
· Baba noturna
· Coriza (secreção que sai pelo nariz, mesmo a criança não estando doente ou gripada)

O que são fatores chamados de maus hábitos ou hábitos deletérios ?
· Sucção de dedos
· Sucção de chupetas ou mamadeiras que não tenham bicos ortodônticos (são bicos que tem o formato da boca da criança, sem causar alterações)
· Morder tampas de canetas, chupar objetos por tempo prolongado, não sendo somente aquele chupar por descoberta do objeto.

Alterações faciais e corporais no Respirador bucal
O Respirador bucal começa a apresentar características faciais e corporais típicas como desenvolvimento assimétrico dos músculos, ossos do nariz, lábios e bochechas, provocando efeitos na face onde o nariz fica estreito e curto(por falta de uso), bochechas pálidas e baixas, lábio inferior curto, mandíbula posicionada para trás e pouco desenvolvida. 
A alteração da musculatura da face pode influenciar na posição e forma dos arcos dentários, dentes voltados para frente, palato ogival (céu da boca alto e profundo), dificuldades para mastigar e engolir alimentos duros, atresia da arcada superior, podendo causar a mordida cruzada superior.
Sua postura corporal fica seriamente comprometida, ao respirar pela boca, pois a criança leva o pescoço para frente, os ombros são curvados comprimindo o tórax e o peito fica afundado; os músculos abdominais ficam flácidos e os braços e pernas assumem um padrão para dar sustentação a toda essa musculatura alterada. Toda essa alteração muscular faz com que a respiração seja rápida e curta, onde a criança apresenta um cansaço constante a qualquer tipo de brincadeiras ou atividades físicas.

Alterações comportamentais no Respirador bucal:
Os respiradores bucais, geralmente são inquietos, impacientes, ansiosos, medrosos e impulsivos e apresentam uma irritação constante. À noite quase nunca querem ir para cama, apesar de estarem dormindo em frente da televisão. Pela manhã, muito cansados devido a pesadelos e dificuldades respiratórias, não querem sair da cama para estudar, trabalhar ou ir para a escola. Na escola tem muito sono, não consegue prestar atenção nas aulas e está sempre cansado e deprimido.Apresentam enurese noturna (faz xixi na cama), tropeça e cai com freqüência, geralmente suga o polegar, chupetas, a própria língua ou ainda rói unhas.

Diagnóstico e Tratamento:
O trabalho em equipe interdisciplinar é essencial para o estudo e desenvolvimento do caso. 
Os profissionais de Saúde, devem realizar um trabalho preventivo sobre os efeitos da respiração. Nós, odontopediatras devemos estar atentos na primeira consulta, para avaliar a criança de uma forma global. Devemos orientar a prevenção e higiene bucal da criança, observar a presença de cárie, além de avaliar as arcadas dentárias, as estruturas musculares da face e suas funções como mastigação, respiração, deglutição e a fala.

Devemos perguntar às mães, se a criança:
· Respira bem?
· Dorme de boca aberta?
· Ronca a noite?
· Baba no travesseiro?
· Tem dificuldade para esporte que exige esforço físico intenso?
· Sonolência e falta de concentração na escola?

Quando a criança apresentar estas características, provavelmente deverá ter alteração de respiração, ou melhor dizendo, deverá ser um "respirador bucal". 
A primeira atitude à ser tomada, deverá ser o encaminhamento desta criança, para um otorrinolaringologista, para uma avaliação das vias aéreas superiores (respiração). 
O diagnóstico e o auxílio do otorrino é essencial para determinar as causas da respiração bucal e orientar qual o melhor tratamento para esta criança voltar à respirar pelo nariz. 
O tratamento proposto, poderá ser clínico e/ou cirúrgico, dependendo de cada caso.
Nós, odontólogos, precisamos ter a criança respirando normalmente, para que possamos fazer o tratamento ortodôntico com sucesso. Geralmente, os aparelhos ortodônticos propostos, quando existe a mordida cruzada, com falta de crescimento da arcada superior, são aparelhos removíveis, chamadas de Placas Expansoras. Elas poderão ser utilizadas nas crianças, à partir de 05 a 06 anos de idade, dependendo de sua maturidade. 
De acordo com a complexidade do caso, poderão ser usados outros tipos de aparelhos ortodônticos.
Contamos também com o trabalho da fonoaudióloga, que é importante para a re-educação da respiração, associada à um trabalho de mioterapia com exercícios para o fortalecimento e ajuste da musculatura alterada pela respiração bucal.Portanto, o trabalho em equipe (odontopediatra-otorrino-fonoaudiólogo), é essencial, pois através de uma avaliação integrada serão propostos, tratamentos específicos, para resolução de cada caso com sucesso!
Este pequeno relato sobre o Respirador Bucal tem toda a responsabilidade de mostrar para as futuras mamães e futuros papais ou aqueles que já tem seus filhos pequenos, saber procurar um profissional se estiver suspeitando que o seu filho apresente uma ou mais características descritas, para que ele possa ser encaminhado, avaliado e se necessário ser tratado o mais precocemente possível para o seu melhor e harmonioso crescimento, desenvolvimento físico, mental e emocional.Em suma, nós desejamos a Saúde Global desta criança, sabendo que a respiração nasal é fundamental para uma vida mais saudável.